NFT e propriedade intelectual: saiba quais as suas implicações
Pode parecer que não, mas NFT e propriedade intelectual são assuntos que estão intimamente relacionados, principalmente agora, com a ascensão dos NFTs e a necessidade de defender os direitos autorais no metaverso.
Esse tema ainda confunde, porque muita gente não sabe bem do que se trata o NFT, nem a propriedade intelectual, bem como as implicações envolvidas nesses dois conceitos.
Se você trabalha com criação de conteúdo e pretende entrar para o mundo dos tokens não-fungíveis, ou é investidor na área, precisa estar atualizado com o tema.
Por isso, mais uma vez, a EntreteAdv traz um conteúdo especial para informar você!
Somos especialistas em Direito do Entretenimento e preparamos um guia sobre NFT e propriedade intelectual, para que você saiba como essas duas áreas se cruzam e as principais implicações relacionadas a esse assunto.
Acompanhe o artigo até o final e boa leitura!
O que é NFT?
Assunto básico para entender a ligação entre NFT e propriedade intelectual, precisamos compreender, primeiramente, o que é um non-fungible token, ou token não-fungível.
Um NFT é um símbolo eletrônico para a representação de algo único, que pode ser um item colecionável, uma obra de arte, um imóvel virtual – em suma, qualquer coisa que fique armazenada na blockchain.
Dizer que eles são “não-fungíveis” quer dizer que se tratam de artigos singulares, insubstituíveis, com características únicas e que não podem ser encontradas em outro item no mundo.
O que é blockchain?
![nft e propriedade intelectual](http://localhost/wp-content/uploads/2023/02/nft-propriedade-intelecual-e-blockchain.jpg)
Citamos a blockchain logo acima, e é fundamental saber do que se trata essa tecnologia para entender a relação entre NFT e propriedade intelectual.
A blockchain (sim, é no feminino) é um sistema que rastreia envios e recebimentos de informações pela internet, e é por meio dela que ocorrem transações com moedas digitais – as criptomoedas.
É como se a blockchain fosse um grande livro de registros, como os de contabilidade, só que no meio virtual, e muito mais seguro.
Isso porque a blockchain funciona por meio de pedaços de códigos gerados online compostos por informações que estão conectadas por meio de uma corrente; o que explica seu nome.
Quais os usos do NFT?
Um NFT transforma basicamente qualquer coisa em algo único, garantindo a autenticidade e originalidade de diversas coisas no meio virtual.
Com as mais variadas aplicações, e a popularização desse recurso atualmente, já se tornaram NFTs:
- memes;
- imóveis;
- músicas;
- projetos;
- obras de arte;
- itens de jogos;
- medalhas olímpicas;
- itens exclusivos de coleções;
- postagens diversas em redes sociais;
- e muito mais.
Ou seja: qualquer item, inserido no mundo digital, pode ser representado por um NFT, ficando mais seguro e sendo propriedade de alguém no meio virtual.
Ainda, os NFTs também podem ser aplicados a experiências, além de itens, como o acesso a um evento virtual, a associação a algum clube, ou demais situações exclusivas, e que estão relacionadas ao metaverso.
Em resumo, em um futuro próximo, o NFT vai estar mais presente na nossa realidade do que a gente imagina!
Direitos autorais, NFT e propriedade intelectual
![direitos autorais, NFT e propriedade intelectual](http://localhost/wp-content/uploads/2023/02/direitos-autorais-nft-e-propriedade-intelecual.jpg)
Considerando que o NFT representa um bem, automaticamente esse bem se torna propriedade de alguém, certo?
Se existe um proprietário, seja ele o autor ou não, incide sobre esse bem a legislação aplicada à propriedade intelectual.
Como explicamos em um artigo sobre violação de propriedade intelectual, esse conjunto de diretrizes garante os direitos de propriedade sobre determinado item e, com a repercussão dos NFTs, é importante destacar que esses direitos se aplicam a bens tangíveis e, também, não-tangíveis.
Logo, os direitos autorais aplicam-se, sim, aos NFTs, bem como o que é descrito na legislação de propriedade intelectual.
O Direito Digital e a regulação dos NFTs
Área que cresce cada vez mais, justamente pela sua importância nos dias de hoje, o Direito Digital visa acompanhar as demandas jurídicas no meio da inovação e da tecnologia, defendendo os interesses, nesse caso, de proprietários de NFTs.
A revolução do digital impulsionou diversas mudanças na forma como os estudos e práticas do Direito são performados na sociedade, provocando diversos questionamentos acerca dos direitos autorais, NFT e propriedade intelectual.
Principalmente no mercado de obras de arte, que essencialmente popularizou os NFTs, é necessária uma regulamentação de artistas que vendem suas obras, mas que garantem uma porcentagem dos direitos autorais, bem como investidores que desejam lucrar com a compra e venda dos NFTs.
Como acontece no mundo real, devem existir profissionais do ramo jurídico para defender os interesses de autores, criadores de conteúdos e investidores – o Direito Digital cuida disso no mundo virtual.
Por que o NFT está inovando a forma de pensar em propriedade intelectual?
Muita gente ainda sente desconfiança quando o assunto é uma propriedade no meio digital, o que torna o NFT um assunto polêmico.
Porém, justamente pela segurança proporcionada pela blockchain, mais as aplicações do Direito de Sequência, é inevitável que os conceitos de propriedade intelectual sejam aplicados aos tokens não-fungíveis, mesmo que passem por ajustes no futuro.
Para garantir que sejam protegidos os direitos de autores, investidores, e demais público interessado em NFTs, bem como para evitar casos de falsificação de obras no meio virtual e a aquisição de itens sem certificação, é essencial que sejam aplicados os princípios da propriedade intelectual.
No entanto, esse assunto ainda vai dar o que falar nos próximos anos, e, como acontece com diversos temas relacionados a inovações no meio digital, apenas com a descoberta de necessidades é que são implementadas soluções jurídicas.
Conclusão
Viu só como NFT e propriedade intelectual estão diretamente ligados?
A forma como pensamos e interpretamos os conceitos de propriedade intelectual, em breve, vão ficar bem diferentes, porque a constante evolução da tecnologia e as inovações no meio digital vão, certamente, impulsionar ajustes para que as práticas jurídicas possam contemplar, assertivamente, direitos no meio digital.
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